A fé e a maternidade

A fé e a maternidade

Olá, sou a Daniela, 36 anos, mãe da Mariana de 3 anos e do Gabriel de 1 ano e 3 meses. Muito feliz pelo convite tão querido da Cris, para participar do Prosa de Mãe e falar um pouco de maternidade, nesse blog que acompanho há tanto tempo.

Sabe, ser mãe foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. A gente muda muito… cresce, se desenvolve, se conhece.

Me descobri na maternidade, principalmente porque vivenciei, como mãe, momentos críticos que jamais havia vivenciado antes.

Vamos a alguns dos fatos:

• Na gravidez da Mariana, minha placenta envelheceu antes da hora, tive que fazer muitos ultrassons após os 6 meses, porque a placenta estava cristalizada, e a qualquer momento ela poderia entrar em sofrimento fetal, e teríamos que fazer a cesárea de emergência.
• Quando ela nasceu, teve um resultado alterado no teste do pezinho, apareceu uma doença rara chamada tirosinemia. Refizemos o teste, e realmente ela tinha a doença, muito séria, acarreta problemas físicos e mentais, teria vida muito reduzida, poderia morrer com poucos anos de vida.
• Ela também teve CIA – comunicação Interatrial, um problema de coração, que exige intervenção cirúrgica.
• Na gravidez do Gabriel, quando a Mari tinha um ano de vida, a placenta descolou em 50%… liguei para a médica e ela me disse que eu estava abortando… para ficar de repouso, mas sem muitas esperanças.
• Aos 10 dias de vida, descobrimos que o Gabriel era alérgico a tudo… leite, ovos, farinha, soja, nozes, castanhas, amendoim, tomate, alguns legumes e algumas frutas… ele mamava no peito, e eu ia tirando tudo da minha alimentação, e nunca resolvia. Meu filho chorava com dores, sangue no cocô, assaduras, ficava cheio de bolinhas no corpo, que ardiam e coçavam…. passei 5 meses lendo os componentes de tudo o que eu comia. Chegou no ponto de eu comer só arroz, feijão e carne. De manhã, a tarde e a noite, e também esquentava um arroz com feijão na hora da fome na madrugada quando ele acordava pra mamar… porque fora isso, tudo o que eu comia, causava alergias nele. Como católica praticante, o que mais me doía era não poder nem comungar. Vivenciei essa situação por 5 meses.

Amigas, tudo se resolveu.

• A placenta da gravidez da Mari, agüentou até as 38 semanas, quando, no ultrassom, acusou que ela estava começando a ganhar menos peso do que deveria, mas já era seguro para a cesárea, e ela não precisou nem de incubadora. Foi direto para o quarto.
• Sobre a Tirosinemia, a pediatra descobriu uma pesquisa que, se administrasse vitamina C para o bebê, 1 ml por dia, por 180 dias, a tirosinemia poderia retroceder… e aconteceu.
• A CIA, um problema de coração, em que a Mariana teria que passar por uma cirurgia com um ano de vida, ou até menos se não ganhasse peso,  também retrocedeu. Ela tinha 5,5mm de um “buraquinho” no coração, que ligava os átrios. Ela não ganhava peso, poderia ter seu desenvolvimento comprometido, e não poderia correr ou brincar com outras crianças se não tivesse uma intervenção cirúrgica, isso foi detectado aos 5 meses de vida. Aos 9 meses, num novo ultrassom do coração, o problema tinha se resolvido. O “buraquinho” diminuiu. De 5,5 mm foi para 2,5 mm… ainda era caso de acompanhamento médico, mas já não é caso de cirurgia. Ela não precisou passar por isso.
• A placenta do Gabriel colou muito bem e nasceu um menininho forte e lindo (olha a corujice rsrsrs!!!)!
• As alergias foram curadas. Simplesmente desapareceram, depois de muitas orações. Nossas, da família, dos amigos que vendo nosso sofrimento, se uniram a nós em súplicas a Deus. E Deus ouviu. Ele hoje ama bolo de chocolate cheio de cobertura… e nem parece que eu tive que ficar 5 meses sem poder sentir o gosto disso!!!

E como conseguimos alterar esses quadros tão sérios? Pelo poder da oração, pelo poder da fé.

Todo mundo vai ter problemas na vida… temos os médicos que nos ajudam, nos indicam caminhos, temos nossa inteligência … mas tem momentos em que o nosso conhecimento é pequeno para o tamanho do problema. E que o conhecimento do médico também não consegue resolver. A diferença é que quando temos fé em Deus, os problemas passam a ter um peso menor em nossas vidas, temos força para suportá-los e a esperança de resolvê-los. Não nos desesperamos.

Em cada um desses momentos que vivemos, nossa fé em Deus nos manteve de pé. Nossa esperança na solução dEle nos ajudou a manter o equilíbrio e seguir em frente, crendo, orando, pedindo intercessão aos amigos e familiares, na certeza de que Deus ouve as orações.

E ouve mesmo!!!!!

E … para terminar, sofremos um acidente grave, que quem acompanha meu blog já sabe… aconteceu quando o Gabriel tinha 12 dias, a Mariana tinha 1 ano e 9 meses, eu estava com o corte da cesárea ainda em cicatrização. Meu marido dirigindo, eu atrás no meio das duas cadeirinhas, as crianças não sofreram nada, pela graça de Deus e nem meu marido, mas eu quebrei o braço em 5 lugares, tive que sofrer cirurgia, ficar internada dois dias, voltar com o braço operado e dois nenéns em casa, depender da ajuda dos outros, pois não conseguia nem tomar banho sozinha. Quando recuperei da cirurgia, a mão não mexia, ficava caída pois no acidente afetou um nervo, não conseguia pegar meu neném… usei uma tala pra manter a mão erguida por quase 6 meses, até que o nervo recuperou. Com tudo isso, pegava o neném torta, porque não tinha segurança no braço operado, o Gabriel era gordinho e minha coluna travou… quando já estava me virando sozinha em casa, comecei novamente a depender dos outros de novo por causa da coluna… nesse período, foram fisioterapias que não acabavam mais, não podia tomar remédios fortes pois amamentava, e o Gabriel ainda passou por um princípio de pneumonia, e quase precisou ser internado e ainda o problema das alergias e eu fraca pois não podia comer quase nada. Só emagrecia.

Sim, foram momentos críticos. Choramos, sofremos como família, como casal. Tivemos ajuda de muitas pessoas. Mas Deus nos manteve unidos, fortes, firmes. Ele era nossa única esperança. E Ele é fiel.

Amigas, tudo passa nessa vida. E era essa a certeza que me mantinha em pé nesses momentos.  E realmente tudo passou.

Claro que as cicatrizes ficam. Meu braço nunca mais será o mesmo, não tenho sensibilidade na minha mão, mas consigo desempenhar tudo o que preciso – cuidar das crianças, da casa, trabalhar fora, dirigir e inclusive digitar!!! Meu sorriso ficou meio tortinho pois machuquei o rosto também no acidente. Mas… olhando pra trás, isso é o de menos, vejo o quanto cresci como mulher, como mãe, como esposa, como cristã…

E em tudo o que passamos, tenho ainda mais certeza de que Deus esteve ao nosso lado, cuidando de nós, protegendo, curando, guiando.

Por que eu conto tudo isso? Pra dizer às mães que tenham fé. Creiam em Deus, vivenciem sua religião, levem seus filhos pra Igreja. Pois, por muito menos do que o que eu passei, vejo famílias que se desestruturam, se separam, mães depressivas, crianças problemáticas, pois sofrem com o sofrimentos de seus pais. Mas com Deus, a vida fica mais leve… mesmo nos sofrimentos. E Ele nos dá forças para sair dele.

Mamães, esse é meu relato e minha dica a vocês, que a maternidade seja sempre guiada e amparada pela fé!

Um beijo a todas.

Cris, obrigada pelo carinho e pela oportunidade de estar aqui!

Daniela Zanatto

www.aprendendoasermaehoje.com